quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Fim

Começo de tudo

Acordei enquanto dormia e tudo o que via era o nada.Um escuro, que vai se agigantando e transformando o nada no tudo que rodeia.Era mais que escuro, era breu.
Quis levantar, não consegui, estava plantada em um chão frio, que não deixava perceber que meu corpo é que exalava a frieza...tudo parado demais.
Tentei abrir meus olhos mas não havia pálpebras.Tentei mexer meus braços, mas estavam amarrados ao corpo.Tentei sentir meus dedos mas a frieza não deixava.Tentei abrir minha boca, mas não sabia mais em qual parte do meu rosto ela se encontrava.
Apesar da situação, não estava nervosa, não estava nada...a única coisa que sentia era uma grande falta do sentir.
Aos poucos fui acomodando, comecei a perceber a vida por tudo.Um verme entrava pelo meu ouvido e não me encomodei, tratei com grande naturalidade.Sempre tivera vermes me corroendo por dentro, na vida, e não seria o simples fato da mudança que trocaria minha essencia.Havia ao meu lado alguma colônia de insetos, um possível formigueiro, não sei, ruídos, movimentação crescente da terra.
Ao longo do tempo, fui me desfazendo para dar lugar a outras forças mais ativas, a desintegração era cada dia maior o pouco que sobrava de mim era duro, sem tipo, sem graça, branco cor de desespero.Mas a vida continuava, de mim se alimentavam pequenas flores com cheiro enjoadinho.
O maior contraste, é que nunca houve tanta vida como dentro dessa morte.

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